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sexta-feira, 17 de junho de 2011

A CORRUPÇÃO E AS PREFEITURAS MUNICIPAIS

Sérgio MachadoRadialista

A corrupção e as prefeituras municipais
A onda de corrupção nas prefeituras brasileiras toma conta dos noticiários. As manchetes nos veículos de comunicação denunciam o já sabido por todos nós: prefeituras sucateadas, gestores e ex-gestores envolvidos em escândalos de improbidade administrativa, causando prejuízos ao povo, desonrando a confiança neles depositada pelos eleitores.

São milhões de reais desviados que deixam de atender às necessidades da população em municípios onde falta merenda escolar, funcionários são mal pagos, a buraqueira tomou conta das estradas e a saúde pública é perversa.

Lamentável é constatar que as câmaras municipais, que têm o dever de fiscalizar os atos do Executivo, é parceira com a farra que os gestores fazem com o dinheiro público.

E o grande trunfo desses gestores é ter maioria nas câmaras municipais, o que não só garante a aprovação de matérias de seu interesse, como das contas apresentadas.

Os maiores índices de corrupção, sem dúvida, estão onde há menos fiscalização e parlamentares não cumprem corretamente seu dever de fiscalizar; completando-se com a  população, que não acompanha os atos de seus representantes.

Em contrapartida, cargos da estrutura administrativa municipal são distribuídos para familiares e amigos dos vereadores, todos "rezando na cartilha do senhor prefeito". É um toma lá dá cá sem fim, tudo patrocinado com o dinheiro do povo, que deixa de chegar a quem realmente precisa. Este é o curso abominável e desavergonhado do orçamento público.

A corrupção é um câncer que vai corroendo as estruturas sociais, se alastrando de forma violenta, asfixiando quaisquer defesas. Se não houver  um engajamento da sociedade numa nova forma de relação com os poderes, mais crítica e ordenada, mais participativa, enfim, a corrupção nunca terá freio em nosso país.

Em matéria de corrupção, não se escolhe ideologia, pois vemos gestores de todas as correntes envolvidos, de tal modo que chegamos a conclusão de que os discursos são diferentes, mas de práticas idênticas. A luta contra a corrupção não pode ser partidária, mas social.

É uma vergonha que tantas carreiras políticas de sucesso, de pessoas muitas vezes tão admiradas, premiadas por suas gestões, sejam maculadas pela corrupção, despertando cada vez mais a descrença e o desrespeito pela classe política.

Necessário é que os esforços de órgãos como o Ministério Público e os tribunais de contas não sejam menosprezados. E, se no âmbito da Justiça, os maus gestores consigam se livrar de uma inelegibilidade, saibamos nós, eleitores, dar um basta nessa sensação de impunidade que paira sobre os crimes de responsabilidade.

2012 já está chegando e, mais um ano de julgamento popular, pois, sem dúvida, muitos dos envolvidos nestes escândalos estarão novamente nos palanques, com suas promessas renovadas, buscando a reeleição ou tentando eleger os seus apadrinhados.

Fiquemos de olhos bem abertos, esta é nossa obrigação.

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