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domingo, 6 de junho de 2010

MISSA DO VAQUEIRO É CELEBRADA NAS FESTIVIDADES DE SANTO ANTÔNIO


Pelo quinto ano consecutivo a cidade de Quixeramobim realizou a missa do vaqueiro dentro das comemorações das festividades de seu padroeiro Santo Antônio.
Mais de 250 “vaqueiros” esperavam ansiosos pelo inicio da cavalgada pelas principais ruas do município. Logo após as 17hs deste ultimo sábado, 05, um trio elétrico conduzindo os animadores do evento entre eles o cantador Damião Monteiro e o locutor Vanderlei Paulino saiu na frente puxando a vaqueirama que se fez presente neste ano. Durante todo o percurso a população se aglomerava nas calçadas para apreciar a cavalgada e era correspondida pelos “vaqueiros” que acenavam seus chapéus.
Próximo das 19hs a cavalgada chegou à praça da matriz onde foram recebidos pelo Padre Adauto que ao som dos sanfoneiros Nônô, Luis Paulo, Dédé Paulo e Tênilson cantavam músicas sertanejas lembrando a vida do vaqueiro. Durante a missa celebrada pelo Padre Adauto, em vários momentos foi lembrado da vida de luta e de sofrimento do vaqueiro, do homem de fé que ele é. Padre Adauto também se lembrou da historia da missa que veio a ser celebrada pela primeira vez em Serrita-Pe, e do grande homenageado que foi Raimundo Jacó. No ofertório foi colocado ao altar objetos de trabalho como o gibão, chapéu, chicote e berrante, e durante a celebração muitos se emocionaram com as canções que ficaram marcadas na voz de Luiz Gonzaga como Asa Branca e a Morte do Vaqueiro.
Ao final da missa os sanfoneiros conduziram-se até o barracão de Santo Antônio onde durante toda a noite animaram os fieis com o nosso autêntico forró.
ORIGEM
Tudo começou com um personagem mítico dos sertões. Reza a lenda que Raimundo Jacó era um excelente vaqueiro. Quando aboiava, seu canto atraía o gado.
Era capaz de adivinhar onde dormia e comia cada cabeça de gado sob sua responsabilidade. Tal feito despertava muita inveja nos demais companheiros e, numa noite, em 1954, ao sair à captura de uma rês que havia fugido da fazenda de seu patrão, foi traiçoeiramente assassinado. A história diz ainda que seu cachorro, companheiro fiel, velou o corpo dia e noite, até morrer de fome e sede. O enterro foi seguido por toda a gente das redondezas.
O caso de Raimundo Jacó virou mito, correu pelas terras e foi cantado nos versos de Luiz Gonzaga: “Numa tarde bem tristonha/Gado muge sem parar/Lamentando seu vaqueiro/Que não vem mais aboiar. Sacudido numa cova/Desprezado do Senhor/Só lembrado do cachorro/Que inda chora sua dor/É demais tanta dor”... Foi o próprio Rei do Baião também quem decidiu fazer da história de Raimundo Jacó uma celebração do ofício do vaqueiro – caracterizado pela coragem de se embrenhar pela catinga, em busca do gado, muitas vezes arredio – e, em 1970, apoiou o Padre João Câncio na primeira Missa do Vaqueiro, celebrada no Sítio Lajes, em Serrita, no alto Sertão do Araripe, a 553 km de distância da capital do Estado. Ali, em pleno sertão central, o local da morte do vaqueiro é referendado ainda hoje como espaço sagrado para o homem sertanejo.

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