Galeria lotada, muito barulho, discussão e ameaças, esses foram os motivos alegados pelo presidente da Câmara Municipal de Senador Pompeu, Francisco Teixeira Pinheiro, mais conhecido por Chico Pinheiro, para encerrar a sessão ordinária desta terça-feira, 9, antes da apreciação do pedido de cassação do prefeito afastado deste Município, Antonio Teixeira. Os vereadores oposicionistas saíram da sessão escoltados por uma força de segurança formada por equipes das polícias Civil e Militar.
Dentro e do lado de fora da Câmara grupos de eleitores oposicionistas e simpatizantes do perfeito Antonio Teixeira trocavam provocações. O barulho dentro da Câmara era ensurdecedor, obrigando Chico Pinheiro a solicitar calma e silêncio por várias vezes. O vereador Francisco de Oliveira Souza (PT), conhecido por Chico do Jeová, pediu para os trabalhos serem realizados a portas fechadas. Não foi atendido. Recebia o apoio do colega Luzimar Siqueira (PSDB). Ambos queriam a aprovação do processo de cassação do prefeito afastado.
O embate se tornou ainda mais acirrado quando Chico Pinheiro alegou a necessidade de consultar a assessoria jurídica da Câmara para leitura do pedido da eleitora Lúcia Aquino, responsável pela petição. O vereador Antonio Mendes de Carvalho (PT), auxiliar da mesa, relator, alegou impedimento de leitura da denúncia em razão de cópias do processo do Ministério Público (MP) terem sido anexadas ao pedido. Corre em segredo de justiça. Os oposicionistas insistiam na leitura da denúncia. Em seguida haveria votação e formação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O encerramento da sessão, evitando o início da cassação de Antonio Teixeira, agradou a militância do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual o chefe do poder executivo local é filiado. Até o encerramento desta edição ele ainda estava preso na sede do comando do Corpo de Bombeiros, em Fortaleza. Chico Pinheiro, colega de partido do prefeito afastado, saiu aplaudido pelos militantes do PT. Estavam em maior número, dentro e fora da Casa Legislativa. Eles provocaram os demais vereadores com vaias. Apenas algumas cadeiras quebradas, esse foi o saldo da tumultuada sessão.
Acerca da decisão do presidente da Câmara, o advogado dos vereadores Chico do Jeová e Luzimar Siqueira, Carlos Eduardo Escócia, a considerou apenas uma manobra para adiar o início do processo de cassação. O pedido está na pauta da Casa, foi protocolado e deverá ser apreciado pelos vereadores. Na noite da próxima terça-feira, 16, com certeza haverá mais uma sessão agitada. Embora o voto seja secreto, pelos cálculos da bancada de oposição, são maioria. Escócia justificou não haver o impedimento alegado pelo 1º Secretário, Antonio Mendes. “O processo corre em segredo, mas a denúncia não”, justificou.
POR ALEX PIMENTEL
0 comentários:
Postar um comentário