A MAIORIA DOS 2,5 mil moradores da sede de Ibaretama sofrem com o abastecimento irregular de água para uso doméstico. Querem que providência sejam tomadas
ALEX PIMENTEL
ALEX PIMENTEL
Moradores de Ibaretama temem ficar sem água uma vez que novos cortes podem ser realizados na cidade
A água é ou não um bem comum, de domínio público e universal? Moradores deste Município conviveram com esse dilema quando o abastecimento para a área urbana da cidade, situada a pouco mais de 130Km de Fortaleza, foi cortado. O fornecimento voltou à normalidade neste fim de semana. Mas os moradores desconfiam de novos cortes. A água é fornecida para os 2.500 habitantes da antiga "Serra Azul", como era conhecida esta cidade, por um açude do Assentamento Lenin Paz II. O reservatório da comunidade rural fica situado a pouco mais de 5Km da área urbana. Uma rede de dutos leva a água para as moradias.
A dona-de-casa Claudevania Brito de Menezes, mais conhecida por Novinha, não estava nada satisfeita. Para ela, além da água ser direito de todos, o assentamento pertence ao Governo Federal. A fazenda foi desapropriada pelo Incra, para assentamento das famílias de trabalhadores rurais. Ela não considera justo cortarem a água para a população em proveito próprio. Mãe de três filhos está sofrendo para cumprir as tarefas domésticas. Ela lava as roupas na rua, próximo ao único chafariz existente na cidade. Como a casa dela não possui caixa d´água, quando o corte é feito o jeito é buscar a fonte mais próxima.
Tanque
Outro morador, Paulo Ricardo Moraes, não se queixa muito do problema. Ele diz ter um tanque com capacidade de dois mil litros. É suficiente para semanas. Além dele, apenas um irmão e o casal e avós fazem uso da água. Mas na maioria das casas a situação é diferente. As queixas são muitas, todavia não querem se envolver com receio de alguma perseguição política. A situação em Ibaretama ainda está muito complicada por conta da apuração de crimes de corrupção envolvendo políticos. Esperam apenas uma solução da parte dos governantes e sensibilização dos assentados.
Conforme o chefe de Gabinete da Prefeitura de Ibaretama, Humberto Maia Júnior, o Poder Executivo fez acordo com o assentamento para pagamento de R$ 2 mil mensais. O desembolso será feito para custear despesas de manutenção dos equipamentos utilizados para bombeamento da água e na tubulação.
O projeto autorizando o repasse para o Assentamento seria votado e aprovado no mês de julho, todavia, o prefeito do Município, Francisco Edson de Morais, e alguns vereadores foram afastados de seus cargos. A determinação da Justiça prejudicou a votação do pedido. Insatisfeitos com a demora, os assentados resolveram cortar o abastecimento de água.
O presidente da Câmara de Vereadores de Ibaretama, Francisco Carliano de Almeida, confirma a versão do chefe de Gabinete da Prefeitura. Os dois vereadores afastados, José Maria Cunha e Francisco Oliveira Filho, integravam a comissão de Finanças e Orçamento da Casa Legislativa Municipal. Carliano foi obrigado a aguardar decisão do Poder Judiciário local para convocar os suplentes dos vereadores afastados. O pedido, reencaminhado pela prefeita interina Antonia Núbia de Lima Cavalcante, foi votado e aprovado em caráter de urgência, na sessão da última sexta-feira.
Sem responsabilidade
De acordo com o assessor de comunicação do Movimento Sem Terra (MST) no Ceará, Marcelo Matos, o Assentamento Lenin Paz II, implantado pelo Movimento, não tem qualquer responsabilidade no abastecimento e corte de água da cidade. Quem cuida do sistema é a própria Prefeitura.
Matos aponta como boatos maldosos atribuir o corte aos assentados. Ele lembra que antes da desapropriação da Fazenda Santa Branca, como antes era chamada, o proprietário cobrava pela água fornecida para a população. Ninguém questionava. Agora, como 38 famílias de trabalhadores rurais moram ali, estão sendo acusados de negar água para os ouros moradores. O assessor pretende distribuir nota na cidade esclarecendo a população.
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura de Ibaretama
(88) 3439.1055/ Câmara de Vereadores: (88) 3439.1059/ Assentamento Lenin Paz II: (85) 8526.0654
Alex PimentelColaborador
A dona-de-casa Claudevania Brito de Menezes, mais conhecida por Novinha, não estava nada satisfeita. Para ela, além da água ser direito de todos, o assentamento pertence ao Governo Federal. A fazenda foi desapropriada pelo Incra, para assentamento das famílias de trabalhadores rurais. Ela não considera justo cortarem a água para a população em proveito próprio. Mãe de três filhos está sofrendo para cumprir as tarefas domésticas. Ela lava as roupas na rua, próximo ao único chafariz existente na cidade. Como a casa dela não possui caixa d´água, quando o corte é feito o jeito é buscar a fonte mais próxima.
Tanque
Outro morador, Paulo Ricardo Moraes, não se queixa muito do problema. Ele diz ter um tanque com capacidade de dois mil litros. É suficiente para semanas. Além dele, apenas um irmão e o casal e avós fazem uso da água. Mas na maioria das casas a situação é diferente. As queixas são muitas, todavia não querem se envolver com receio de alguma perseguição política. A situação em Ibaretama ainda está muito complicada por conta da apuração de crimes de corrupção envolvendo políticos. Esperam apenas uma solução da parte dos governantes e sensibilização dos assentados.
Conforme o chefe de Gabinete da Prefeitura de Ibaretama, Humberto Maia Júnior, o Poder Executivo fez acordo com o assentamento para pagamento de R$ 2 mil mensais. O desembolso será feito para custear despesas de manutenção dos equipamentos utilizados para bombeamento da água e na tubulação.
O projeto autorizando o repasse para o Assentamento seria votado e aprovado no mês de julho, todavia, o prefeito do Município, Francisco Edson de Morais, e alguns vereadores foram afastados de seus cargos. A determinação da Justiça prejudicou a votação do pedido. Insatisfeitos com a demora, os assentados resolveram cortar o abastecimento de água.
O presidente da Câmara de Vereadores de Ibaretama, Francisco Carliano de Almeida, confirma a versão do chefe de Gabinete da Prefeitura. Os dois vereadores afastados, José Maria Cunha e Francisco Oliveira Filho, integravam a comissão de Finanças e Orçamento da Casa Legislativa Municipal. Carliano foi obrigado a aguardar decisão do Poder Judiciário local para convocar os suplentes dos vereadores afastados. O pedido, reencaminhado pela prefeita interina Antonia Núbia de Lima Cavalcante, foi votado e aprovado em caráter de urgência, na sessão da última sexta-feira.
Sem responsabilidade
De acordo com o assessor de comunicação do Movimento Sem Terra (MST) no Ceará, Marcelo Matos, o Assentamento Lenin Paz II, implantado pelo Movimento, não tem qualquer responsabilidade no abastecimento e corte de água da cidade. Quem cuida do sistema é a própria Prefeitura.
Matos aponta como boatos maldosos atribuir o corte aos assentados. Ele lembra que antes da desapropriação da Fazenda Santa Branca, como antes era chamada, o proprietário cobrava pela água fornecida para a população. Ninguém questionava. Agora, como 38 famílias de trabalhadores rurais moram ali, estão sendo acusados de negar água para os ouros moradores. O assessor pretende distribuir nota na cidade esclarecendo a população.
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura de Ibaretama
(88) 3439.1055/ Câmara de Vereadores: (88) 3439.1059/ Assentamento Lenin Paz II: (85) 8526.0654
Alex PimentelColaborador
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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