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domingo, 9 de dezembro de 2012

O SERTÃO EM PROSA: Sobre videogames e namoradas

IMAGEM: INTERNET

Roberto e Erasmo Carlos na década de 80 cantaram sobre seus amores da televisão, que por sinal não foram amores só deles. Foram amores de toda uma geração, pelo menos assim o creio, sei que me falta o talento dos dois, mas, porém sendo eu de outra década, vou tentar fazer uma ode, um elogio, uma exaltação que seja a um des meus amores de infância (que creio ter sido a paixão de muitos de minha geração). Meu amor que ainda hoje faz minha mente sair da realidade. Amor que permanece me proporcionando diferentes emoções todos os dias. Meu amor, o videogame.

Sim, podem me chamar de alienado, podem dizer que estou tentando corromper a juventude, mas o videogame é sem duvida uma das maiores invenções do homem contemporâneo, chega a ter na minha opinião mais importância para o mundo que qualquer foguete ou ônibus espacial inventados pela NASA, pois nesses nunca vou viajar, já no meu antigo Super-Nintendo já viajei muito e continuo a viajar.

Bom, antes de ter videogame próprio eu era obrigado a frequentar as ‘’Games’’. Nas férias, por exemplo, passava maior parte do tempo na game que, de fato em casa ou na rua. As games tinham seu regulamento e leis próprias e severas, do tipo: quem derrubasse o controle perdia 15 minutos do tempo, e por aí vai, fato que corriqueiramente acontecia comigo.

Depois que ganhei meu primeiro videogame um Super-Nintendo passei a jogar em casa, juntava a primarada e os amigos da rua todos lá para jogar. Jogávamos futebol e fazíamos campeonatos, isso do tempo do campeonato brasileiro de 1996, onde quem escolhia o time do Boca Juniors era geralmente o campeão. Por vezes varávamos noites tentando ‘’finalizar’’ um jogo, e quando não conseguíamos guardávamos os passwords e recomeçávamos no outro dia. Lembro-me que uma de minhas maiores emoções foi finalizar Donkey Kong 3 numa madrugada dessas.

Hoje o Playstation é o videogame da moda com seus jogos sangrentos e cheios de efeito, alias, nos jogos de hoje em sua grande maioria – tomei todo o cuidado para não generalizar - sobra efeito e falta aventura. Falta, sobretudo arte. Mas para a minha leitura apuradamente romântica não há nada que se compare ao Super-Nintendo do meu tempo em matéria de diversão, pois: Super Mario, Luigi, Ken, Ryu,os Donkey Kongs, Allejo, Gomez, e todos os lutadores do Mortal Kombat, do Killer Sting, os carros de Top Gear, os robôs de Metal Wars entre outros, foram heróis.

Você já deve está se perguntando o que as namoradas têm haver com essa história? Calma, já explico: Manuel Bandeira em um poema disse que um porquinho da índia fora sua primeira namorada, por conta da relação afetiva que estabeleceu com um, e de como esse o ajudou a superar certo sentimento de solidão que às vezes no chega na infância, olhando por esse viés, acho que o Super-Nintendo foi a minha primeira namorada.


 

Bruno Paulino é Graduando em letras pela Feclesc/UECE.


Cordenador do Projeto Papo Cultural promovido pela ONG IPHANAQ.

 
Escreve aos domingos como colaborador na categoria O SERTÃO 

1 comentários:

Eu e meus amigos aqui de Quixeramobim passamos muitos anos de nossas vidas namorando o super nintendo também, era a maior diversão de épocas não muito distantes, as vezes, quando terminava o horário de aula íamos diretamente para um "game" disputar partidas de futebol. Bons tempos. Video game também é cultura, história e recordação!