Obra inacabada do Centro de Feiras e Eventos de Senador Pompeu, onde já foram gastos quase R$ 3 mi, iniciada em 2006 e inaugurada no ano passado, hoje é o símbolo da corrupção
FOTO: ALEX PIMENTEL
FOTO: ALEX PIMENTEL
Vergonha e revolta são sentimentos entre os moradores de Senador Pompeu, após decretada prisão de gestores
Após a decretação da prisão do prefeito Antônio Teixeira, secretários e assessores da administração pública municipal, o clima nesta cidade da região Centro do Estado aparenta tranquilidade. Porém, mesmo que a Prefeitura e algumas secretarias estejam de portas abertas, a sensação de vergonha é evidente em muitos moradores. A maioria prefere não tocar no assunto, mas não há como esconder o escândalo, divulgado em rede nacional. Lojistas lamentam que a crise política poderá ter repercussões negativas na economia local.
O prefeito e sua equipe fugiram na calada da noite, em um ônibus fretado, para lugar desconhecido, até mesmo para os familiares dos auxiliares do gestor público. Os celulares deles foram tomados quando entraram no coletivo. Esses eram os principais comentários nas ruas ontem de manhã.
Queda nas vendas
Dedicado ao comércio varejista há mais de 15 anos, o empresário Max Jeferson da Silva prevê um momento ruim para a economia local. Ele estima queda nas vendas em mais de 30%. O Município está sem prefeito. Ainda não se sabe quem assumirá o cargo. O vice também foi afastado. O clima de instabilidade deve prevalecer por alguns meses.
Para a cidade que tem seu maior suporte econômico no setor lojista - são mais de 300 pequenos e médios estabelecimentos - com certeza virão mais tempos tão ruins quanto o descrédito na administração pública. "O momento é de tristeza e de muita desconfiança", avalia o empresário. Além do comércio, o escândalo provocado pelo desvio de dinheiro público e a solicitação da prisão do prefeito e da maioria de sua equipe esta afetando também os mais humildes. Envergonhados, muitos nem abrem as portas de suas casas. Temem a chegada da imprensa. Alguns se mostram revoltados. Mas lembrar dos próprios conterrâneos, procurados pela Polícia, ao mesmo tempo conhecer suas famílias, de cruzar por elas pelas ruas, é constrangedor para todos.
"Algo assim a gente não quer nem para o pior inimigo", comentou o aposentado Francisco Moreira Alencar, quando seguia para o banco.
Apesar do escândalo envolvendo a cidade, o comércio, instituições bancárias e as repartições públicas estão funcionando normalmente. Não abrem hoje porque é feriado de Corpus Christi. Haverá celebração eucarística às 17 horas na Igreja de Nossa Senhora das Dores.
Na última sessão ordinária, realizada na noite da última terça-feira, o plenário da Câmara de Vereadores ficou lotado mais uma vez. O público estava ansioso. Pretendia ouvir os discursos dos parlamentares da situação e da oposição sobre o caso. Após a ordem do dia e a aprovação de três requerimentos, por ironia solicitados pelo prefeito, ouviram os representantes da oposição. O vereador Francisco de Oliveira Souza, conhecido popularmente como Chico do Jeová, foi o primeiro a falar. Foi muito aplaudido. Ele acompanhou as denúncias feitas pela presidenta da Associação dos Moradores de Caracará, um bairro da cidade, Lúcia Aquino.
Em janeiro do ano passado, a líder comunitária promoveu um movimento popular que ficou conhecido como "Lei da Lamparina". Os moradores pediam a isenção da taxa de iluminação pública, considerada exorbitante. Na época, o prefeito alegou a necessidade dos recursos para investir no desenvolvimento urbano dos bairros.
A presidenta da Câmara Municipal na época da "Lei da Lamparina", a vereadora Márcia Zomim demonstra-se indignada com as manobras utilizadas.
MAIS INFORMAÇÕES
Câmara Municipal
Rua Professor Cavalcante, 635, Centro Senador Pompeu (CE)
Telefone: (88) 3449.1235
Alex PimentelColaborador
Após a decretação da prisão do prefeito Antônio Teixeira, secretários e assessores da administração pública municipal, o clima nesta cidade da região Centro do Estado aparenta tranquilidade. Porém, mesmo que a Prefeitura e algumas secretarias estejam de portas abertas, a sensação de vergonha é evidente em muitos moradores. A maioria prefere não tocar no assunto, mas não há como esconder o escândalo, divulgado em rede nacional. Lojistas lamentam que a crise política poderá ter repercussões negativas na economia local.
O prefeito e sua equipe fugiram na calada da noite, em um ônibus fretado, para lugar desconhecido, até mesmo para os familiares dos auxiliares do gestor público. Os celulares deles foram tomados quando entraram no coletivo. Esses eram os principais comentários nas ruas ontem de manhã.
Queda nas vendas
Dedicado ao comércio varejista há mais de 15 anos, o empresário Max Jeferson da Silva prevê um momento ruim para a economia local. Ele estima queda nas vendas em mais de 30%. O Município está sem prefeito. Ainda não se sabe quem assumirá o cargo. O vice também foi afastado. O clima de instabilidade deve prevalecer por alguns meses.
Para a cidade que tem seu maior suporte econômico no setor lojista - são mais de 300 pequenos e médios estabelecimentos - com certeza virão mais tempos tão ruins quanto o descrédito na administração pública. "O momento é de tristeza e de muita desconfiança", avalia o empresário. Além do comércio, o escândalo provocado pelo desvio de dinheiro público e a solicitação da prisão do prefeito e da maioria de sua equipe esta afetando também os mais humildes. Envergonhados, muitos nem abrem as portas de suas casas. Temem a chegada da imprensa. Alguns se mostram revoltados. Mas lembrar dos próprios conterrâneos, procurados pela Polícia, ao mesmo tempo conhecer suas famílias, de cruzar por elas pelas ruas, é constrangedor para todos.
"Algo assim a gente não quer nem para o pior inimigo", comentou o aposentado Francisco Moreira Alencar, quando seguia para o banco.
Apesar do escândalo envolvendo a cidade, o comércio, instituições bancárias e as repartições públicas estão funcionando normalmente. Não abrem hoje porque é feriado de Corpus Christi. Haverá celebração eucarística às 17 horas na Igreja de Nossa Senhora das Dores.
Na última sessão ordinária, realizada na noite da última terça-feira, o plenário da Câmara de Vereadores ficou lotado mais uma vez. O público estava ansioso. Pretendia ouvir os discursos dos parlamentares da situação e da oposição sobre o caso. Após a ordem do dia e a aprovação de três requerimentos, por ironia solicitados pelo prefeito, ouviram os representantes da oposição. O vereador Francisco de Oliveira Souza, conhecido popularmente como Chico do Jeová, foi o primeiro a falar. Foi muito aplaudido. Ele acompanhou as denúncias feitas pela presidenta da Associação dos Moradores de Caracará, um bairro da cidade, Lúcia Aquino.
Em janeiro do ano passado, a líder comunitária promoveu um movimento popular que ficou conhecido como "Lei da Lamparina". Os moradores pediam a isenção da taxa de iluminação pública, considerada exorbitante. Na época, o prefeito alegou a necessidade dos recursos para investir no desenvolvimento urbano dos bairros.
A presidenta da Câmara Municipal na época da "Lei da Lamparina", a vereadora Márcia Zomim demonstra-se indignada com as manobras utilizadas.
MAIS INFORMAÇÕES
Câmara Municipal
Rua Professor Cavalcante, 635, Centro Senador Pompeu (CE)
Telefone: (88) 3449.1235
Alex PimentelColaborador
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
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