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terça-feira, 5 de julho de 2011

QUIXADÁ PODE REIMPLANTAR ZONA AZUL

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Com o aumento significativo de veículos, principalmente de motocicletas, estacionar veículos de médio e grande porte no Centro de Quixadá é cada vez mais difícil
FOTO: ALEX PIMENTEL

Estacionar no Centro da cidade de Quixadá não está fácil. Uma solução que está sendo estudada é a Zona Azul 

Encontrar um lugar para estacionar está se tornando cada vez mais difícil no Centro de Quixadá. Os motoristas estão enfrentando essas dificuldades principalmente pela manhã. Nesse período, os caminhões paus-de-arara e ônibus invadem a cidade com passageiros dos distritos e de Municípios vizinhos. Mas o problema maior são as motocicletas. Lotam as principais ruas. Para piorar a situação a própria administração pública e muitos comerciantes se apropriam dos espaços públicos existentes nas portas de seus estabelecimentos. A solução para o problema, na opinião de quem está perdendo a paciência após rodar várias vezes à procura de uma vaga está na criação de estacionamentos rotativos, a Zona Azul.

Além de invadirem as calçadas com mercadorias, os comerciantes utilizam barricadas para garantir o embarque e desembarque de mercadorias. Concentrado em pouco mais de dez quadras, o comércio da cidade está congestionando o tráfego.

De acordo com o coordenador do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), Francisco Clerton Almeida, mais conhecido por Tim, o projeto da Zona Azul já foi apresentado ao prefeito Rômulo Carneiro. Acompanha o pacote de reordenamento urbano e de sinalização de trânsito da cidade, incluindo placas e lombadas eletrônicas. Na opinião dele, enquanto essas medidas não forem implantadas o caos no Centro vai continuar. São mais de 17 mil veículos circulando diariamente, acrescenta Tim.

Veículos
A preocupação do coordenador do Demutran tem fundamento. Os últimos dados do Departamento de Trânsito (Detran) do Ceará, relativos ao mês de maio, apontam 18.255 veículos registrados em Quixadá. Deste total, são 9.748 motocicletas e mais 1.931 motonetas. Representam quase 64% de toda a frota em circulação. O número de caminhões não chega a 5%. São apenas 610 e o de ônibus mais inferior ainda, 73. Embora tomem espaço de 15 motocicletas em média, transportam um número muito maior de passageiros, superior a 60 por unidade. Além disso, os utilitários estão concentrados em uma praça e ruas adjacentes à área comercial. O problema maior são as motos mesmo, de acordo com os motoristas.

A comerciante Antônia Costa de Sousa, conhecida por Toinha Costa, também atribui o problema às motocicletas. Dificultam até a passagem dos pedestres de um lado para o outro das ruas. Alinhadas sem deixar espaço em quarteirões inteiros, estão prejudicando os direitos dos outros, de ir e vir. Na opinião dele, o Demutran deveria estabelecer locais específicos para estacionamento das motos, como ocorre com as mototáxis. Mas discorda da criação da Zona Azul. "Ninguém quer pagar para encostar o carro e comprar nas nossas lojas. Já passamos por essa experiência antes. Quem comprava os talões éramos nós, com desconto. O cliente recebia de graça. Mesmo assim, o movimento caiu", completou.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixadá, Joaquim Capistrano Júnior, mais conhecido por Capistrano Júnior, vê com bons olhos a reimplantação da Zona Azul na cidade, todavia com ressalvas: o estacionamento rotativo deve ser implantado nos quarteirões onde há menor movimento no comércio e 30% dessas áreas deve ser destinado às motocicletas.

Reestruturação
Mas o prefeito precisa agilizar a reestruturação do trânsito da cidade, consertar as ruas e avenidas e fazer valer as normas. Sem os agentes nas ruas as regras vão continuar sendo desrespeitadas. Segundo o líder classista, a maior concessionária da cidade, a Motocedro, vende em média 250 motos novas.

A Zona Azul deve seguir o modelo implantado recentemente em Juazeiro do Norte. Os veículos poderão estacionar nas vagas rotativas por até duas horas. O valor da taxa ainda não foi definido, mas deve custar entre R$ 1,00 e R$ 2,00. A mesma experiência havia sido adotada no ano de 2003 no Município de Quixadá.

MAIS INFORMAÇÕES


Departamento Municipal de Trânsito - Quixadá
Telefone: (88) 3412.2728
Rua Rodrigues Júnior, 675 - Irajá

ORDEM 

Fiscalização é precária
Na primeira vez que foi implantada a Zona Azul, houve insatisfação por parte de proprietários de estabelecimentos comerciais. Diziam-se prejudicados com a criação deste estacionamento em locais considerados estratégicos para atendimento à clientela. A resistência foi grande e o modelo abortado. De lá para cá, apenas placas de estacionamento proibido foram fixadas nas vias mais estreitas. Repartições públicas como a Câmara de Vereadores e o Cartório Eleitoral ganharam áreas de estacionamento. Táxis e mototáxis também.

Mas é preciso ter estrutura e equipes para fiscalizar a parada temporária dos veículos. O Demutran tem sido muito criticado por sua atuação. Desde o escândalo da "cota de multas", não possui um diretor. Atualmente o secretário de Planejamento e Finanças, Hernando Queiroz, assume interinamente o cargo. Segundo ele, o prefeito Rômulo Carneiro ainda não definiu quem assumirá a direção do órgão. A reforma administrativa iniciada no começo do ano, ainda está sendo realizada. Para ele, com a definição de quem chefiará os agentes de trânsito do Município, as propostas apresentadas pelo coordenador poderão ser implantadas.

Todavia, enquanto o prefeito Rômulo Carneiro não decide, até mesmo na hora do lazer está ficando difícil estacionar. Flanelinhas estão isolando extensas áreas nas proximidades de clubes e praças para cobrarem pela vaga. Quem não aceita se sujeitar à prática, a pagar pelo espaço público, é obrigado a deixar o carro a pelo menos dois quarteirões dos clubes e praças.

Ao saírem das festas é comum encontrarem seus veículos riscados. A denúncia é feita por muitos motoristas. O contador Jaime Feitosa é um deles. "Essa gente está copiando os maus exemplos dos grandes centros urbanos, como Fortaleza e outras capitais. Deveriam seguir as boas ideias. A Zona Azul com certeza é uma delas", ressalta Feitosa.

Alex PimentelColaborador

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