Um exemplo a ser seguido. Pequenos produtores rurais estão encontrando na força comunitária a solução para um problema muito comum no campo nos dias de hoje, a falta de mão-de-obra para colheita da produção agrícola. O caso de sucesso está ocorrendo na Fazenda Passagem das Pedras, no Distrito de São Miguel, distante 32Km da cidade de Quixeramobim. Os protagonistas são dois agricultores, Roberto Leite Cavalcante, 40 anos, e Hélio Batista de Oliveira, 59 anos, genro e sogro. Proprietários por herança de um minifúndio rural de dois hectares, resolveram por conta e risco próprio, cultivar tomate irrigado. Seis meses depois estão colhendo bons frutos, com a ajuda da vizinhança.
Eles apostaram na variedade Faccini, tomando como experiência a produção alcançada com o Programa Pingo D´Água, no vale do Rio Forquilha, também na zona rural de Quixeramobim. Roberto Cavalcante investiu inicialmente R$ 6 mil, valor necessário ao preparo da terra, pagamento das horas de trator, a compra das sementes e insumos necessários a produção. O dinheiro também foi suficiente para a compra do kit de irrigação com canos e as mangueiras que levam a água de uma barragem construída no leito do Riacho Caraúna, para os oito mil pés de tomate, irrigados pelo sistema de gotejamento, além de contar com irrigação fertilizada.
Toda a produção do tomate está sendo comercializada na Ceasa, ao preço de R$ 32,00 a caixa de 25kg. Até a primeira semana de novembro, já foram colhidas cerca de 750 caixas e ainda há uma projeção para colher mais 1.250. De acordo com o agricultor Hélio de Oliveira, carinhosamente chamado de "vovô do tomate", a primeira vez que levaram tomate para a Capital, a carga rendeu a importância de R$ 6.750,00, o suficiente para liquidar o investimento. Ele espera apurar em torno de R$ 64 mil até o fim da safra. Além da dedicação, ele reconhece na mão amiga o sucesso da produção. Sem o mutirão seria praticamente impossível levar tomates fresquinhos para Fortaleza.
Hélio de Oliveira se refere a uma prática de seus antepassados, quando na época da colheita do milho, feijão, algodão, arroz e nas farinhadas, tudo era resolvido na base do mutirão, também conhecido como adjunto. Ele lembra das histórias de seus pais e avós, do início do século passado, quando geralmente as famílias que moravam no campo eram numerosas, para suprir a mão-de-obra necessária para tocar os serviços da agricultura e da pecuária, além das atividades domesticas. Hoje, a realidade é outra. Precisam da ajuda dos vizinhos, na maioria parentes. As colheitas são realizadas duas vezes por semana. Depois do trabalho se reúnem para boa refeição e depois vai todo mundo para suas casas.
Sucesso
Mas, para alcançarem esse sucesso, a dupla de agricultores conta com o auxílio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). A Empresa presta o serviço a custo zero. O presidente da Ematerce, engenheiro Agrônomo José Maria Pimenta, visitou o plantio e conheceu a experiência do mutirão. Ficou satisfeito com a organização, a alta produtividade e qualidade da produção. Para ele, com as políticas de ampliação de áreas produtivas irrigadas, por meio do programa Horosazonal - distribuição de energia com redução de até 70% no valor da fatura - esse modelo de produção, e de colheita, deve se multiplicar por todo o Estado.
MAIS INFORMAÇÕES
Ematerce Quixeramobim
Rua Rafael Pordeus, 346
Sertão Central
Telefone: (88) 3441.4914
Alex PimentelColaborador
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