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domingo, 18 de março de 2012

LIVRO "LÁ NAS MARINHEIRAS E OUTRAS CRÔNICAS" É LANÇADO EM QUIXERAMOBIM




Aconteceu na noite deste sábado, 17, no auditório da EEEP José Alves da Silveira, o lançamento do livro “Lá nas Marinheiras e Outras Crônicas” do crônista Bruno Paulino.

O evento contou com a participação de familiares, amigos, professores, políticos de toda a região. O livro é a primeira obra de Bruno Paulino que pública aos domingo no Blog O Sertão é Notícia, crônicas da categoria “O Sertão em Prosa”. O autor destacou o icentivo da família e amigos que sempre cobravam um livro onde o mesmo colocasse suas crônicas disponíveis a toda o povo quixeramobinense. O livro pode ser encontrado na Casa do Artesão, localizado na Rua Cônego Aureliano Mota, no centro de Quixeramobim.

A ex-secretária de cultura de Quixeramobim, Terezinha Oliveira, fez a apresentação do livro em um contexto onde mostra a qualidade do conteúdo e sua importância para o município de Quixeramobim.  

 Confira o texto de apresentação do livro realizado por Terezinha Oliveira.

Sou uma leiga na análise literária, porém me arrisco a falar de uma leitura que me foi muito prazerosa: revi lugares e tive encontros com grandes personalidades de épocas diversas. João Paulo explica os sintomas dessa energia criativa e Danilo abre essa “remexida no Tempo”.

Um livro poético que reúne crônicas brotadas de uma fonte abundante: uma mente curiosa e um coração apaixonado e apaixonante de um observador do hoje e comentarista do que não é mais. É admirável ser cronista através da memória transferida e vale dizer que sua família é co-autora desta obra.

Aprendi que nem sempre a embalagem é atrativa para esconder um conteúdo devedor. As cores são da nossa bandeira, a silhueta dos serrotes são nossos horizontes e os desenhos dos sobreviventes do patrimônio material da Vila de Campo Maior de Quixeramobim lembram que a nossa história merece respeito. 

Não digo que seja um hino de louvor à Quixeramobim, mas é uma sinfonia dos recantos e encantos, encontro com pessoas daqui e dali que por cá estiveram, além da referência a hábeis e ilustres companheiros do bom manejo das palavras. De um modo peculiar insere trechos de canções e outras obras, como se usa um tempero que deixa o alimento mais saboroso.

Vejam quem foi convocado: Camões, Gregório de Matos, Machado, Graciliano, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Quintino, Mário Quintana, Portinari, Patativa, Ariano, Fausto, Belchior, Raul, Carro Velho e Carminha, entre outros.  

Parte das crônicas eu já conhecia, pois nas manhãs de domingo, religiosamente, ouço a Difusora (pra lembrar o Alto Falante do Fenelon) e vejo o Blog “o sertão é notícia” do Fernando Ivo para ler o Bruno.

O título é mais que a denominação de uma das crônicas; lembra um lugar de muitas alegrias, uma música e um ídolo. A leitura é um passeio guiado no Centro Geográfico do Estado (lugar chamado coração que cabe inteirinho no lado esquerdo do peito de todos nós – “essa gente que Deus quer feliz”). Pode ser catalogado como geografia natural e sócio-cultural. 

 Comentando o clima destaca a quentura medonha de quase sempre e as águas excessivas de março de 1974; pega da Flora Nordestina o Pé de Cajá e o Juazeiro que davam sombra para o lazer da família, além de inspiração ao atento ouvinte das histórias contadas por seus ascendentes. Do reino animal surge um grilo irritante.

É um passeio por paisagens e épocas para o encontro e diálogo com grandes figuras. O rio está no centro (espacial e literalmente), sua maior cheia, o poço famoso e seu transeunte habitual da “boca” da noite: o Aracati.  Esse Aracati que trouxe o Ariano. O Ariano da Pedra do Reino em busca das pedras que cantam a vida do Antônio Vicente Mendes Maciel; considera que os dois são o Sertão; são Antônio Suassuna e Ariano Conselheiro; ou será Antônio Ariano e Suassuna Conselheiro?.

Ainda às margens do Rio focaliza a majestosa ponte que na engenharia é obra de arte e na geografia urbana é via para pedestre e ciclista, ele a qualifica como “travessia dos sonhos”. Da geografia regional pinçou a peleja Quixeramobim x Quixadá que elevou às questões interplanetárias; onde pousam os ETs? É, mas quem nunca matou passarinho deve preferir o pouso das andorinhas. Também registra sua fome e diz que sabe usar o fogão; fala de suas inquietações, rabugice, tédio. Através de Guimarães Rosa ele nos ensina “o segredo para achar a felicidade é não procurá-la.

            Mas desabafa com amigos através de cartas como a que endereçou ao habitante de Pasárgada e nesta missiva faz um relato social, um retrato atual onde alguns “estão dormindo” e clama: “é preciso tocar os sinos por Quixeramobim”, expressando suas “saudades do que não viveu”.

Caminhando com Ariano constatou que “misteriosamente o forasteiro conhecia melhor os caminhos e as veredas de Quixeramobim que os que foram amamentados no seio generoso dessa terra.” Como o “(Nor)destino é feito de despedidas, chegadas e despedidas.... o visitante se despediu levando na memória o grito do outro por um mundo mais justo”. E ele decodificou esse grito: “Lutar pela nossa história, pela nossa Memória, por aquilo que faz de nós o que realmente somos.”

Senti falta no livro de alguns textos que li no blog e aí pedi ao Papai Noel um que foi dirigido a ele, onde encontrei esse pedido “me faça sonhar um pouco com tudo; sonhar e realizar; realizar e aproveitar. Aproveitar e viver mais um pouco num sonho onde não acordar é a regra... mas me faça acreditar novamente no que não existe.”

Eu sei que o Bruno fará um bruto sucesso no Quixeramobim, no Estado, no Brasil, na América nossa e no mundo inteiro.

Acorda Quixeramobim e reconhece teus filhos em ti, não espera que a Globo os traga em textos ou trilhas sonoras de novelas e minisséries. Educadores levem a mensagem do Bruno à compreensão de seus alunos e contribuam para o surgimento de outros Brunos. Vocês estarão ensinando literatura, sociologia, história e geografia da Terra Mãe de Antônio Conselheiro.

Terezinha Oliveira

CONFIRA MAIS FOTOS DO EVENTO




















































                                   POR FERNANDO IVO 
                     FOTOS: osertaoenoticia.com

1 comentários:

Não pude ir Bruno Paulino, mas fico muito feliz por você ter realizado essa etapa da sua vida, que o Senhor possa lhe abençoar e que nosso Quixeramobim possa ganhar mais reconhecimento diante dessas atitudes.