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domingo, 15 de julho de 2012

UM LIVRO NOVO, MAS COM CHEIRO DE NAFTALINA


Como escrever para um escritor? Ainda mais para falar sobre o livro que ele escreveu? Bom, não sou escritora e sim, uma simples amante da arte e principalmente da arte das palavras. Sou fã de quem tem esse dom de colocar no papel aquilo que emerge do coração.
Ao ler “Lá nas Marinheiras e outras crônicas” é como sentar-se em um alpendre de uma certa casa do outro lado do Rio Quixeramobim e prosear com o autor.
A sensação que tive quando li era a de uma exaltação modesta e sutil da nossa cidade, do nosso sertão, do nosso sertanejo. Sertão com S maiúsculo, que se torna, além de cenário, quase um personagem do livro. Um ser. Um ser-tão. Ser tão forte, ser tão presente, ser tão eterno. Sertão vivo, em transformação. Porém o sertão que encanta o autor é aquele que de certa forma não existe mais. Mas ainda vive nos olhos e nas palavras dos antigos que lhe transmitiram o legado da valorização do passado. 
 A descrição dos personagens Dona Carminha, Quintino Cunha, Ariano Suassuna, e principalmente seus avós é leve e real, com a capacidade de nos transportar para perto desses e tentar beber um pouquinho das histórias dessas pessoas conhecidas ilustres ou ilustres desconhecidas.
Sem dúvida é um livro simples que despretensiosamente arranca risos do leitor. Mas, (perdoe-me a frase feita) as coisas mais belas estão justamente nas coisas mais simples. Paulo Coelho diz isso melhor do que eu ao escrever “As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las”. 
Certa vez brinquei dizendo que o Bruno é uma pessoa sem época. Isso porque é um sujeito que ama vídeo game, adora futebol, exímio cozinheiro de miojo (um típico homem pós-moderno). No entanto ouve Chico Buarque, Odair José, Nelson Gonçalves, entre outras pérolas. Bruno acho que você é o pretérito perfeito do subjuntivo, talvez um sujeito arcaico-saudosista-tecnológico subjetivamente qualificado, ou um pseudo-intelectual ou até mesmo um chato. Eis a nova esfinge.
Por fim, concordo com a dedicatória do meu livro que diz assim:
“Um livro de prosa com alguma poesia que escapa da memória e vai pro papel”.
E acrescento um livro novo com cheirinho de naftalina. Novo como a alma de menino observador, curioso e questionador. Mas com um cheirinho de passado. Um passado não vivido presentemente (essa palavra existe?). Mas vivenciado na memória e na imaginação que só a arte pode criar ou recriar. 

Por Nayara Ribeiro, estudante do 9º semestre de Psicologia da FCRS, vice presidente do C.A Honestino Guimarães




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