No começo do mês de abril, o blog O Sertão é Notícia alertou as autoridades para uma árvore que ameaçava cair na Rua Monsenhor Salviano Pinto, no centro da cidade. Nesta sexta-feira a arvore foi derrubada com todos os tramites legais e assim evitando acontecer algo pior, já que a mesma ameaçava cair a qualquer momento.
VEJA REPORTAGEM
Por volta do final do século XIX com a finalidade de diminuir a onda de calor, bem como, iniciar programa de arborização do perímetro urbano da cidade de Quixeramobim, a época, a mais importante e que mais crescia na região do sertão central do Ceará, foram semeadas inúmeras árvores, com maior predominância para as tamarindos que ofertavam frondosa sombra e que serviam para a população tomar uma fresca nos horários mais quentes, bem como, o local servia para que vaqueiros e peões, ali amarrassem seus animais.
O Tamarindeiro ou Tamarineiro (Tamarindus) é originário das savanas africanas, embora seja cultivado principalmente na Índia. No Brasil, o fruto é bastante consumido, principalmente nas regiões norte e nordeste. A árvore é bastante decorativa, sua altura pode chegar aos 25 metros. O tronco divide-se em numerosos ramos curvados, formando copa densa e ornamental. O fruto é uma vagem alongada com 5 a 15 cm de comprimento, com casca e as sementes em numero de 3 a 8 são envolvidas por uma polpa parda e acida contendo açucares, ácidos tartáricos, acéticos e cítricos.
Na última década algumas dessas árvores vêm sofrendo a ação temporal que tem levado a morte por conta da ação de pragas, como a mosca-da-madeira, broca-das-sementes, coleobroca, entre outros que danificam a madeira depois de abrirem galerias e penetrarem até o lenho, também conhecido como o “miolo da madeira”. Feito a tempo o controle com a poda e queima das partes atacadas e pulverizações preventivas de troncos e ramos, as árvores passam a ter maior longevidade.
Para a eliminação da centenária árvore, que media aproximadamente 15 metros de altura, encravada no canteiro central da Rua Monsenhor Salviano Pinto, em frente a Clinica Médica Dr. José Alves da Silveira foram seguidas orientações técnicas de acordo com a lei. Conta Maria José Damasceno presidente do COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, que para a derrubada da tamarindo foi necessário a anuência do departamento técnico de meio ambiente, vinculado aquele órgão. “A árvore estava já comprometida por conta da ação das pragas que destruíram cerca de 70% do tronco e poderia a qualquer momento vir a cair, provocando danos a pessoas ou bens e propriedades públicas ou particulares”, justificou Mazé Damasceno.
Antecedendo a eliminação da árvore, integrantes do CONDEMA, vereadores mirins e adultos, professores, estudantes, ambientalistas, funcionários públicos, comerciantes, integrantes da imprensa, juntaram-se no centro da artéria, que foi parcialmente bloqueada por agentes da AMTQ, para darem um abraço de despedida, aquela que por mais de um século e meio de vida emoldurou a paisagem urbana do centro histórico da cidade de Quixeramobim. “Resido nessa rua há mais de 36 anos e é com muita tristeza que vou acompanhar a eliminação dessa importante arvore para a história da minha vida; por isso vim aqui para abraçá-la e me despedir”, comentou a vereadora Liduina Leite.
Seguindo-se o ato declaratório de amor e respeito à natureza, operários da Secretaria Municipal de Infraestrutura usando machado, foice e cordas executaram a ação, que deu cabo a centenária tamarindo. Vale ressaltar que a eliminação da árvore seguiu todos os tramite legais exigidos por lei e foi testemunhado por profissionais que fazem a imprensa local: escrita, falada e televisionada. A ação coordenada pelo CONDEMA é um exemplo para a sociedade brasileira.
0 comentários:
Postar um comentário