1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

sábado, 9 de julho de 2011

QUIXADÁ: PRESOS PAGAM ATÉ PARA DORMIR

O comandante da 2ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Edivar Azevedo Rocha, solicitou da titular da vara de Execuções Criminais de Quixadá, juíza Maria Martins Siriano, a transferência de oito detentos da cadeia pública desta cidade, apontados como lideres das alas existentes no complexo penitenciário. De acordo com o oficial PM alguns veteranos comandam inclusive um esquema de cobrança no qual outros presos, principalmente os novatos, pagam até para dormir. Com receio de serem punidos os detentos extorquidos não denunciam.

O comandante PM prevê como alternativa para solução do problema a transferência dos cabeças do esquema de cobrança para unidades prisionais da região metropolitana de Fortaleza ou para Juazeiro do Norte. Azevedo aponta a necessidade da direção da penitenciária local identificar os responsáveis pelas ordens internas. Somente dessa forma será possível quebrar as negociatas de regalias. Ele ainda acrescenta ter efetivo suficiente para realizar imediatamente a operação de transferência. Caso     

Episódios violentos
Nas últimas semanas a cadeia de Quixadá tem sido palco de episódios curiosos e violentos. No fim do mês passado o detento Joel Tavares de Oliveira foi obrigado por outros companheiros de cela a ingerir doce de leite quente. A vítima sofreu queimaduras internas graves. Foi socorrida e transferida para a unidade de queimados do Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza. As últimas informações dão conta de que o presidiário ainda está internado.     


Ao tomar conhecimento da tortura, a juíza Maria Martins Siriano determinou a realização de vistorias semanais na cadeia local. A ordem judicial se refere também à remoção de eletrodomésticos. Segundo a Polícia o doce estava sendo feito dentro da própria cela, onde o jovem presidiário de apenas 21 anos estava cumprindo pena pela prática de furto. Um fogão elétrico foi utilizado para preparar o alimento. Os presos acusados da crueldade alegaram na delegacia que a vítima pretendia praticar suicídio.  

Por conta do episódio as vistorias passaram a ser realizadas com mais frequência. Na última delas a Polícia Militar encontrou diversas armas improvisadas fabricadas dentro da própria cadeia, drogas e oito telefones celulares. De acordo com o tenente-coronel mais de 100 aparelhos portáteis de comunicação foram retirados de dentro da cadeia de Quixadá nos últimos meses. “Recebemos denúncias da cobrança de R$ 200,00 por cada celular que chega às mãos dos presos”, acrescenta.

Ação da PM

Os problemas não são maiores porque a PM tem agido energicamente. Nos últimos dias equipes do Ronda do Quarteirão flagraram um homem tentando jogar quatro celulares, chips e um carregador por cima do muro da cadeia. Junto com os telefones os presos receberiam do outro lado mais meio quilo de maconha e quase 100 gramas de crack. Dois dias depois outra equipe do Ronda apreendeu dois menores. Estavam tentado jogar uma garrafa pet com cachaça para dentro da unidade prisional. 

A barreira de alvenaria tem sete metros de altura, mas não é suficiente para evitar a prática criminosa. Na opinião do coronel Edivar Rocha é necessário instalar uma grade de proteção sobre todo o muro externo do presídio com pelo menos quatro metros de altura. As cadeias públicas de Quixeramobim e Senador Pompeu enfrentam o mesmo problema. Além da péssima infraestrutura estão situadas nas áreas urbanas das cidades. Em Quixadá, ao lado de uma escola e em Quixeramobim, divide a alvenaria de um hotel.   

0 comentários: