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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

QUIXERAMOBIM: UM CASO DE SUCESSO NA AGRICULTURA FAMÍLIAR

Na localidade de Caraúna, distrito de São Miguel, município de Quixeramobim, sertão central do Ceará, um exemplo de sucesso na agricultura familiar e convivência com o semi-árido. Numa pequena propriedade rural de quarenta hectares, reside e trabalha o casal de agricultores Antônio Alves de Andrade, 58 anos e Maria Denise Pinheiro, 53 anos, com dois filhos maiores, Francisco Audisio e Antônio Filho. A principal atividade de emprego e renda que mantém unida e ocupada a família, é a agricultura de sequeiro e a bovinocultura de leite, aliada a assistência técnica e extensão rural colocadas em prática pela Ematerce, escritório regional de Quixeramobim.

Conta seu Antônio, que foi criado com mais dez irmãos, todos trabalhando na agricultura. Depois que casou e construiu família deixou o núcleo familiar de seus pais, indo trabalhar numa fazenda em Quixeramobim. Após mais de trinta anos, com muito trabalho e o dinheiro que economizou, conseguiu comprar uma fazendinha, assim, saindo da condição de empregado. “Estou muito satisfeito com o trabalho: nossa principal fonte de sobrevivência vem da água armazenada e fornecida por um pequeno açude, construído há quase três anos, com a ajuda do governo do estado, através da Ematerce; é com essa água que a gente mantém viva a propriedade, além da água e o peixe para o consumo, situamos uma plantação de capim, alimento necessário para as vacas produzirem leite”, relata o agricultor. 
 
A organização está fazendo com que o negócio prospere. No caderno de anotações da família consta que a produção desse inverno foi de: quatro sacos de feijão, trinta e três de milho, cinqüenta toneladas de silagem de sorgo e milho, além da manutenção de meio hectare de palma forrageira, utilizada como reserva alimentar para os meses de maior escassez de alimento do rebanho bovino, composto de vinte e cinco cabeças de gado, entre grandes e pequenos. A produção mensal de leite alcança os 1.500 litros, o que rende para a família a importância de R$ 975,00 (Novecentos e Setenta e Cinco reais), mês. Além do feijão e o milho produzidos no roçado, no terreiro da casa são criadas pequenas aves que fornecem ovos e carne, que somados ao leite e ao queijo constituem-se num bom reforço para segurança alimentar.


A agricultora Maria Denise está aproveitando a fartura de água, que vem do açude, para aguar seu pequeno canteiro instalado no quintal, ao lado da cozinha, onde são produzidas hortaliças para o consumo da família. A mão de obra para tocar a pequena propriedade se completa com o trabalho dos filhos, principalmente na estação das chuvas. Francisco Audisio, 25 anos, o mais velho, também estuda, está cursando o quarto semestre do curso de Física da UFC, licenciatura à distância em Quixeramobim. O caçula Antônio Filho se prepara para entrar também na faculdade, enquanto isso está trabalhando como eletricista.   

Nesse último final de semana  o presidente da Ematerce, Engrº Agrº José Maria Pimenta, visitou várias propriedades rurais para avaliar o andamento dos trabalhos, que tem como foco principal a convivência com o semi-árido e o fortalecimento da agricultura em regime familiar. “Através de recursos do tesouro estadual, no montante de R$ 500.000,00, a Ematerce incentivou o programa de açudagem em pequenas propriedades com o fornecimento de horas de trator, construindo dezessete açudes como este, com parede de terra medindo setenta e sete metros de cumprimento e quatro de altura; estamos felizes por estar fortalecendo as diretrizes e políticas públicas de governo, que é a manutenção das famílias no campo, com sustentabilidade, trabalho, dignidade e renda”, comemora Pimenta.

FONTE: Crisanto Teixeira – Jornalista DRT 2158

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