A população de Quixeramobim poderá enfrentar calamidade por falta de infraestrutura e ocupações irregulares
Ruas alagadas, casas invadidas pelas águas e muita aflição. As primeiras chuvas do ano começam a causar transtornos à população deste Município. Os pouco mais de 60mm de precipitações registrados na última segunda-feira deixaram moradores da Maravilha, um bairro da zona leste da cidade, apavorados.
As águas não tinham para onde escoar. O mesmo problema foi enfrentado por residentes na Rua José Mauro Ribeiro, proximidades do Centro. Eles exigem providências da gestão pública local.
De acordo com os moradores, o drama vivido durante a madrugada poderia ter sido evitado se existissem redes públicas de escoamento nas duas áreas residenciais.
O comandante regional do Corpo de Bombeiros, major Naum Maurício, concorda. Como muitas valas naturais foram obstruídas, a construção de galerias é a única alternativa. Foi a equipe dele que atendeu as primeiras ocorrências de alagamento registradas na cidade.
"Caso o inverno se configure surgirão mais problemas", acrescentou o major bombeiro. A agente de saúde Helenilda Ribeiro estava apavorada. Era apenas a primeira chuva do ano na cidade. Sua casa fica na Baixa Fria, no bairro da Maravilha, a pouco mais de 100 metros do rio, para onde as enxurradas seguem naturalmente. Mas uma cerca de madeira e muito lixo impediam o fluxo da água. Logo o nível subiu na porta da sua casa. Ouvindo os gritos desesperados de uma vizinha, começou a chorar. Não tinha para onde correr, com os três filhos menores. Preocupada com mais chuvas, não foi trabalhar.
O proprietário do terreno vizinho, Antônio Martins de Almeida Filho, não se recusou em liberar a cerca da sua fazendinha para a água poder correr para o rio. "Numa hora de aflição dessas, jamais negaria socorro", afirmou. Entretanto, sobre a possibilidade da construção de um canal dentro da sua propriedade, somente negociando com a Prefeitura. Dali tira o sustento da família. Cria algumas vacas. Na opinião dele, à medida em que as casas foram construídas, os governantes deveriam criar a infraestrutura para evitar problemas decorrentes das chuvas.
O secretário municipal de Infraestrutura, Aluisio Cosmo, atribui o problema às ocupações irregulares, a maioria delas ribeirinhas ou até mesmo dentro dos riachos. A cidade possui vários córregos, todos desembocando no maior rio da região, o Quixeramobim. Com o crescimento desordenado, muitas veias d´água foram soterradas.
Solução
Para realizar a drenagem será necessário alto investimento. O Município não possui recursos próprios para custear a obra. O secretário teme uma calamidade caso a intensidade das chuvas aumente. Sobre os primeiros transtornos registrados na cidade em razão das chuvas, Cosmo se prontificou a avaliar com o Corpo de Bombeiros a melhor alternativa para evitar sofrimento para os moradores.
Sobre outros pontos críticos na área urbana do Município, informou não existirem levantamentos a respeito. As chuvas do ano passado não foram tão intensas. Não há como prever onde surgirão novos pontos.
Enquete
Risco de calamidade
"As pessoas só se preocupam quando o problema invade suas casas. Com mais chuvas, teremos uma calamidade por aqui"
Aluisio CosmoSecretário Municipal de Infraestrutura
"Não somos culpados se deixaram construir onde não deveria. Alguns metros de tubos resolveriam o problema"
Maria Terezinha de Paiva62 anos
Artesã
"Nessas horas não tem quem não fique desesperado. Não soube para onde correr, principalmente com três filhos pequenos"
Helenilda CardosoAgente de saúde
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura de Quixeramobim, Rua Dr. Álvaro Fernandes , 42, Centro, Região Sertão Central
Telefone: (88) 3441.1343
ALEX PIMENTELCOLABORADOR
Ruas alagadas, casas invadidas pelas águas e muita aflição. As primeiras chuvas do ano começam a causar transtornos à população deste Município. Os pouco mais de 60mm de precipitações registrados na última segunda-feira deixaram moradores da Maravilha, um bairro da zona leste da cidade, apavorados.
As águas não tinham para onde escoar. O mesmo problema foi enfrentado por residentes na Rua José Mauro Ribeiro, proximidades do Centro. Eles exigem providências da gestão pública local.
De acordo com os moradores, o drama vivido durante a madrugada poderia ter sido evitado se existissem redes públicas de escoamento nas duas áreas residenciais.
O comandante regional do Corpo de Bombeiros, major Naum Maurício, concorda. Como muitas valas naturais foram obstruídas, a construção de galerias é a única alternativa. Foi a equipe dele que atendeu as primeiras ocorrências de alagamento registradas na cidade.
"Caso o inverno se configure surgirão mais problemas", acrescentou o major bombeiro. A agente de saúde Helenilda Ribeiro estava apavorada. Era apenas a primeira chuva do ano na cidade. Sua casa fica na Baixa Fria, no bairro da Maravilha, a pouco mais de 100 metros do rio, para onde as enxurradas seguem naturalmente. Mas uma cerca de madeira e muito lixo impediam o fluxo da água. Logo o nível subiu na porta da sua casa. Ouvindo os gritos desesperados de uma vizinha, começou a chorar. Não tinha para onde correr, com os três filhos menores. Preocupada com mais chuvas, não foi trabalhar.
O proprietário do terreno vizinho, Antônio Martins de Almeida Filho, não se recusou em liberar a cerca da sua fazendinha para a água poder correr para o rio. "Numa hora de aflição dessas, jamais negaria socorro", afirmou. Entretanto, sobre a possibilidade da construção de um canal dentro da sua propriedade, somente negociando com a Prefeitura. Dali tira o sustento da família. Cria algumas vacas. Na opinião dele, à medida em que as casas foram construídas, os governantes deveriam criar a infraestrutura para evitar problemas decorrentes das chuvas.
O secretário municipal de Infraestrutura, Aluisio Cosmo, atribui o problema às ocupações irregulares, a maioria delas ribeirinhas ou até mesmo dentro dos riachos. A cidade possui vários córregos, todos desembocando no maior rio da região, o Quixeramobim. Com o crescimento desordenado, muitas veias d´água foram soterradas.
Solução
Para realizar a drenagem será necessário alto investimento. O Município não possui recursos próprios para custear a obra. O secretário teme uma calamidade caso a intensidade das chuvas aumente. Sobre os primeiros transtornos registrados na cidade em razão das chuvas, Cosmo se prontificou a avaliar com o Corpo de Bombeiros a melhor alternativa para evitar sofrimento para os moradores.
Sobre outros pontos críticos na área urbana do Município, informou não existirem levantamentos a respeito. As chuvas do ano passado não foram tão intensas. Não há como prever onde surgirão novos pontos.
Enquete
Risco de calamidade
"As pessoas só se preocupam quando o problema invade suas casas. Com mais chuvas, teremos uma calamidade por aqui"
Aluisio CosmoSecretário Municipal de Infraestrutura
"Não somos culpados se deixaram construir onde não deveria. Alguns metros de tubos resolveriam o problema"
Maria Terezinha de Paiva62 anos
Artesã
"Nessas horas não tem quem não fique desesperado. Não soube para onde correr, principalmente com três filhos pequenos"
Helenilda CardosoAgente de saúde
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura de Quixeramobim, Rua Dr. Álvaro Fernandes , 42, Centro, Região Sertão Central
Telefone: (88) 3441.1343
ALEX PIMENTELCOLABORADOR
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE / REGIONAL
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